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New Orleans Inspira!

 

New Orleans é a cidade mais excêntrica dos Estados unidos. E como todas estas que carregam o mesmo fardo, NOLA, como também é chamada, luta para não ser mal interpretada e nem ser reduzida a clichês.

A cidade carrega consigo o estigma de ser relacionada somente à Bourbon Street, aos passeios de carroça e a algum tipo de lugar turístico que diz tocar música local. Complementando, o Mardi Gras (incrível, por sinal), é visto como uma orgia de rua, cheia de bêbados andando pelo French Quarter.

Apesar de todo o estereótipo, as aparências reais “decepcionam” aquelas pessoas que acreditam que New Orleans não é nada além disso.

Para entender melhor New Orleans e toda a identidade abusadamente maravilhosa que carrega, eu não poderia deixar de citar um acontecimento: em 2005, toda a identidade coletiva foi colocada a prova, quando o furacão Katrina abalou a cidade, não só matando mais de 1.400 de pessoas e destruindo quase 3 de quarto casas.

O Katrina mandou os moradores ao exílio. Qualquer um que chegasse a New Orleans depois do acontecido, se perguntou: Será que NOLA será a mesma um dia? E se conseguir voltar a ser, será que se tornará uma versão diminuta do que um dia foi?

O primeiro sinal de força popular – e de identidade cultural, história e orgulho – foi quando os moradores resolveram celebrar o carnaval, ainda que isso fosse acontecer só 5 meses depois do Katrina. Para aqueles que não carregavam a identidade no peito, além de frustrante, isso chegaria a ser até obsceno. Estes mesmos se perguntavam: Em vez de estarmos de luto, vamos nos fantasiar e fazer os desfiles pelas ruas?

Mas o Mardi Gras e toda a festividade são uma afirmação de quem esse povo é. Celebrar este folclore no início de 2006, quando as marcas das enchentes ainda estavam pelos muros, as escolas ainda fechadas e corpos ainda sendo encontrados no meio dos entulhos significava nada menos de que eles voltariam.

Hoje a cidade voltou a ser o que era antes e existem ainda mais restaurantes e bares do que antes do furacão.

Ter quase perdido a cidade e tudo o que ela significa fez tudo ser mais new orleanian ainda.

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